O MEU PRIMEIRO AMOR

Muito se escreve, muito se pensa, mas na maioria das vezes, nada se diz.

Hoje o meu amigo, para mim, Brito, João Brito no Facebook, surpreendeu-nos, ou não, com um texto de, e para sua Mãe, o qual me atrevo a transcrever, porque sim, mas também por ser do meu amigo e no fundo por dizer tudo, ou para quem quizer, quase tudo sobre o amor que temos pela nossa MÃE. Desculpa João mas eu tinha de fazer isto.


"Perdi-a, assim, sem mais nem menos, por mero acaso, repentinamente, sem aviso prévio. Num dia estava com ela e no seguinte deixou-me, sem regresso; ou o destino inexorável quis que assim fosse, sem apelo nem agravo, jamais vou saber...

Perdê-la daquele modo doeu mais que todas as dores do mundo! O que sei é que acabaram os afagos nos seus lindos cabelos, os beijos ternos que trocávamos. Já não sentirei mais o seu cheiro.



Nunca tinha experimentado uma dor assim: uma espécie de moinha que se apoderava da alma, mortificava o corpo e prevalecia, prevalecia até que nos deixava sem vontade de reagir, a pensar no tempo sobrante sem a sua doce presença.

Passadas que tinham sido 48 horas após ter saído da minha vida, tinha-se-me esgotado a vontade de chorar. Restou-me uma impressão; dolorosa, persistente e a sensação de desnorte. Se, de um modo, tinha a noção do que acontecera, que nunca mais a iria ver, de outro modo recusava-me a acreditar..., era tão cedo, ainda..., sentia que ela não me tinha deixado, ainda estava presente...

Conservo a sua imagem sofrida, desesperadamente agarrada àquele fio de vida que ainda soprava no seu peito, o seu olhar suplicando por um milagre, algo transcendente que a fizesse erguer daquele maldito leito hospitalar, libertar-se da panóplia de tubos que a mantinham presa a este lado. Jamais esquecerei essa imagem!...

Não tinha um "Deus" a quem culpar de tão grande infortúnio..., sorte a "Dele"...

Acabara de dar conta de quanto a amava...Do álbum:

"Fotos do Mural" por João Brito"

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