Carris SIM telemóvel NÃO

Isto de andar de transportes públicos tem que se lhe diga, pois sim, são mais cómodos, mais rápidos, não poluímos mais do que o necessário, pois o nosso lindo carrinho fica á porta e nós vamos ali, mais ou menos, descansados.
Agora nem tudo pode ser bom, como seria se, toda esta felicidade se não houvesse um senão.
Telemóvel.
agora a pergunta que se espera, e então o telemóvel, porquê?
Pois, não era de esperar que um bem que nos é tão ”querido” chega a ser amado, estranho, mas é verdade, como pode uma coisa tão pequena, longe vão os tempos daquelas máquinas enormes e quase intransportáveis, cada vez são mais pequenos e mais leves, como pode um bichinho tão pequeno ser tão mau numa simples e tranquila viagem.
Pode sim senhor… todos nós, ou quase todos já fizemos uma outra viagem de autocarro, ou mesmo todos os dias, como eu.
Pois, cada vez gosto menos dos toques da Nokia, ui, intensos, estridentes e nesta altura muito estranhos, pois a maioria toca Dino Meira, quem será? ´SERÁ QUE EXISTE, se não existir pelo menos grasna, e depois para azar acho que também têm pai, que para azar também se faz ouvir.
Portanto uma viagem curta de vinte a trinta minutos a ver a bela e linda cidade de Lisboa, tornasse num pesadelo só com os toques e afins dos benditos telefones.
A minha cidade é tão bonita de manhã, porquê estragar tudo e ainda por cima logo pela manhã.
Pensava eu que me bastavam os benditos toques, e vocês também, nada disso, então depois dos toques o que será ainda pior, perguntam vocês?
E respondo eu, as conversas… as conversas, não bastavam os toques e eis senão quando existem conversas.
Podiam simplesmente não atender, por vergonha do bendito toque, ou mesmo, o que ainda é pior, pela conversa que vão manter durante vários minutos, com alguém do outro lado do aparelhinho.
Pois as pessoas mentem, efectivamente é muito estranho, mas é verdade, mentem com quantos dentes Deus lhes deu.
Vou então contar a minha história de hoje, porque é mesmo exemplo para tudo o que até aqui disse…
Entro calmamente no meu “amigo” 781, e como é uma hora um pouco, como dizer, estranha, talvez, vem tudo caladinho a tentar perceber onde vão, se já passou a paragem onde supostamente querem sair, pois existem pessoas que parece que a esta hora da manhã não funcionam, pura e simplesmente, e depois guerreiam com o “coitado” do motorista para parar o bendito do autocarro entre paragens! Mas todas as pessoas, ou quase todas, repararam que o “espertinho/a” não pressionou o bendito do botão. Mas que fazer o “utente” tem sempre razão, ou não, e lá vão resmungando até à próxima paragem. Mas no entretanto, começa a guerra dos toques da maquineta pequenina.
Afinal havia outra, Menina eu quero cheirar… não sei bem o quê!... Kizomba, pois também muita e toques dos Nokia, ai esses benditos, assustam.
Pronto a pessoa atende o bendito do pequenino e aí sim, começa a dança.
Ninguém quer saber nada da vidinha da pessoa em questão, mas a dita põe ao corrente, tudo, mas tudo o que lhe vai na alma…
O marido anda a portar-se mal, a vizinha molha-lhe a roupinha toda durante a noite, quando ela está a tentar dormir, blá, blá,bá…
Mas eis senão quando, toca outra maquineta endiabrada, ora se esta senhora já está a falar alto, muito alto, vamos ver como o próximo vai lidar com a coisa… fácil, muito fácil, vai falar muito mais alto, pois além de ter de marcar terreno, tem de se fazer ouvir, pois a vida não está fácil.
Patrão a perguntar se demora muito a chegar ao trabalho. “nada disso patrãozinho, eu estou mesmo mesmo a chegar, só existe um problema, é o trânsito aqui no Cais do Sodré, está todo mas todo parado, e eu não sei quando é que isto vai começar a andar”, pois aí ficam algumas pessoas que, por um lado não querem ouvir a conversa, por outro estão a tentar-se alhear da primeira pessoa que atendeu o bendito do telemóvel e ficam a olhar uns para os outros, e a pensar, bolas estou a dormir ainda, que bom, pois o 781 ainda está em Santa Apolónia… correu mal, olhares a dita senhora, tipo… mentirosa. Ela ri e continua a dar música ao chefe, talvez a tentar parecer um engarrafamento, e não se esqueçam da outra senhora que ainda não disse mal da porteira, talvez por não ter, mas continua pelo bairro fora a dizer mal desta da outra e mesmo daqueles que ainda andam a pensar mudar-se para lá (bairro), mas se fosse a eles não ia, com uma vizinha destas.
Pois a viagem vai em Santa Apolónia e eu acho que os telemóveis são uma família num daqueles jantares de aniversário, isto porquê… nessas festas todos falam ninguém se entende, mas falam sempre e existem alguns que só abanam a cabeça, que seca…, pois eles devem ser mesmo família porque, eis senão quando tocam mais dois télélés… é a loucura.
Os que levam o benditos desligados ou sem bateria, também acontece, esses já só riem, os outros que potencialmente podem receber uma chamada, do tio, do avô, do sei lá, de alguém, ficam quase que em pânico, pois toda a gente já está a pensar, ai, ai, ai, como vou eu atender o telefone, bom isso é fácil, agora qual vai ser o volume da conversação? Pois a isso só se pode responder, atendendo. Que é isso que não faz o camarada que vai sentado à minha frente, e toca, toca, toca, até que o meu parceiro de banco se vira para ele e, “ ó senhor atenda isso, por favor”.
Correu mal, atendeu. Era alguém com quem tinha marcado um encontro “colorido” e o 781 estava atrasado, não por causa do engarrafamento da outra senhora, no Cais do Sódré, que por sinal era Santa Apolónia, nada disso, nem porque este camarada vivesse no bairro da “outra” e estivesse a contas com ela, não… foi mesmo porque se atrasou. Então e agora como fazer para explicar em tom de voz “baixo” que se tinha atrasado… Ui, Ui, pois a outra pessoa era impossível que o ouvisse, pois ainda não vos contei, durante estes três telefonemas, ou coisa parecida, já tocaram dois Nokias, e ninguém entendia o que estes falavam, somente que já gritavam…
Bom ficamos a saber que o camarada da frente lhe correu mal o “arranjinho” e que, pela conversa, dificilmente lhe ia tocar outra vez… (risos), e eis senão quando tenho uma ajuda divina e consigo chegar ao bendito do Cais do Sodré, acordado, muito bem acordado, com estas histórias.
Azar o meu, é que ainda não cheguei ao trabalho, tenho de apanhar outro autocarro e aí vai começar tudo de novo, na melhor das hipóteses, pois geralmente tem tendência a piorar.
Esqueci de frisar, continuo a gostar de andar de autocarro, mas não tenho nada com a vidinha das pessoas, por isso quando falarem ao bendito do Telemóvel, por favor, falem baixo, obrigado

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